um dia se passara.De manhã me levantei, como de costume fui logo a cozinha
fazer o café, da cozinha dava para ver o quintal, as árvores estavam renovando
as folhas.Fiquei pensando se aquele também não seria um momento para
eu me renovar, afinal estava cansada do meu trabalho, da vida, de viver sempre
só, a coisa de maior valor para mim é era o meu cachorro.
Ele se chamava Juca, era
um poodle branco, lindinho de morrer.
Fiz o café e deixei-o sobre a mesa, fui escovar
os dentes, e percebi o quanto a minha cara estava pálida no espelho.
Tomei o meu café amargo, não gosto de café com açúcar, para mim ele perde
o sabor.Na verdade sempre evitei doce, nunca fui muito chegada em chocolate,
só havia uma coisa que amava muito e me deliciava sempre que comia, era o
pudim da vovó, ela fazia um que era coisa de louco, era uma pena
eu não poder tê-la ali comigo.
Chegando no trabalho, dei bom dia ao chefe, a minha amiga do lado também,
mas ela nem me respondeu, achei estranho ela era sempre tão alegre, e sempre
me respondia.Sentei na minha mesa cheia de papéis e coisas chatas que eu
não mais aguentava, passei o dia angustiada,
fui para casa determinada a mudar de vida.
O meu sonho sempre foi ser bailarina, quando pequena vovó me colocou
numa aula de ballet, me encantei logo de cara com aquela dança,
estudei durante dez anos, dai chega o vestibular, quero prestar para
dança, mas todo mundo diz que não dá dinheiro, escolhi contabilidade
pois era uma profissão que estava em alta, e até que eu gostava de matemática.
Terminei o meu curso e todos ficaram orgulhosos de mim, menos eu mesma.
Hoje seria o dia da mudança, liguei para a minha
antiga professora e pedi para ela me indicar
uma boa escola de dança, ela já não ensinava mais,
estava aposentada, me deu o telefone de Carmélia,
falou que teria sido sua aluna e que era uma ótima professora.
Liguei para Carmélia e marquei a minha primeira aula.
Ficou para a terça-feira às sete horas da noite.
Desliguei feliz, e com uma certeza,
a de que os sonhos nunca envelhecem.
2 comentários:
Pois é, Gabriella. Sonhos não envelhecem. Quem envelhece somos nós ao deixar de sonhá-los.
Abraços de
Chico Viana.
Vc acaba de nos dizer algo muito importante pra nós...
Gostariámos de dar um telefonema desses...
Sonhos não envelhecem!
Como sempre, linda!
Beijos Vermelhos,
Mi e ChicO!
Postar um comentário